segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ponto final.

Este é o prefácio do CD Skylab X, o último do Rogério Skylab, de autoria do próprio e lido por ele no programa do Jô:

"Para você que comprou esse disco, coisa rara hoje em dia, vou propor um trato, um texto: Que tal assistir à minha morte?
São várias as formas de morrer: estricnina, asfixia, tiro no ouvido. Mas a nenhuma delas se compara o ponto final. É com ele que vou me despedir.
Acalentei esse instante por 20 anos, e a cada disco protelava o gesto. As vírgulas, as reticências, eram atos de desespero, e a cada sílaba se escondia o ponto, como um olho negro me fixando. Este disco é a sua tradução. Os anteriores também o eram. Todos os meus pensamentos, o gesto de acender o cigarro, a forma de caminhar pelas ruas, meu olhar distraído, tudo era tradução. Como poderia ser diferente? Entrei pela porta dos fundos e estou saindo por ela. Me tornei uma sombra cujo nome certamente alguém já ouviu falar, sem saber muito bem aonde (sic). Sem mais delongas, porque a vida urge e alguma coisa muito importante deve estar acontecendo por aí. "

Resolvi transcrevê-lo aqui pois de uns dias pra cá, compreendi melhor o ponto final. E,de certa forma,aqui e ali neste texto identifico muito do que estou sentindo.

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