quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Beatle e eu

Não gosto dos Beatles,para espanto de 90% dos meus amigos. Mas antes que peguem a machadinha, aviso que não gosto,mas respeito. Afinal,posso não gostar, mas não sou burra para menosprezar quem tem uma história de sucesso que dura mais tempo do que eu tenho de vida.
E embora não goste dos Beatles (excluindo-se as músicas Twist and shout, Let it be e Hey Jude), senti,conforme twittei no momento,uma estranha emoção quando vi no meu humilde bairro algumas faixas que anunciavam o show de Paul McCartney no Engenhão. Ver faixas orientando o trânsito no dia do show, semelhantes às que colocam na época do carnaval, bem ali no Engenho de Dentro, de alguma forma me tocou.
O show não me passaria despercebido mesmo, uma vez que eu acolheria três gaúchas fofas e uma carioca errante como hóspedes, já que moro em local estratégico. Mal sabia eu que ganharia um petisco,e,para minha surpresa,tal petisco se tornaria uma lembrança especial.
O fato é que na segunda-feira,27/05/11,ao chegar da minha batalha na Ilha do Governador,constatei que da minha casa dava para ouvir alguns ecos do show. Na noite anterior eu ouvira,em menor intensidade,mas imaginei que fosse alguém ouvindo pela internet. Desta vez,apurei que era ao vivo mesmo."Legal",pensei.
Como era hora do Faruk passear,catei a guia e saí de cachorro em punho. Na rua,o som era bem nítido e não pude deixar de pensar que de algum modo era um privilégio ter o áudio do show assim,0800. Apesar de não gostar dos Beatles e não ter nenhuma admiração especial pelo McCartney, realmente me senti empolgada, o que se agravou quando ouvi umas senhoras gritando "Paul lindooooo" da varanda de um prédio.
Pensei com meus botões: ele podia tocar as músicas de que gosto, né? Twist and shout não tocaria mesmo,mas as outras duas,quem sabe? Cheguei a pensar em sentar na praça para esperar,mas tava frio e eu tenho bom senso,então,é claro que não o fiz,mas no fundo,mantive a esperança de que ele as tocasse.
E não é que tocou?
Quando eu estava chegando ao ponto em que o áudio era perceptível com mais clareza,ouvi os primeiros acordes de Let it be. Parei na hora,cachorro na mão,para ouvir.
É. Eu me emocionei.
Verdade seja dita,conheço melhor uma versão gospel em português desta música do que a original. Mas acho que isso mesmo foi o motivo da emoção,pois lembrei da minha amada mãe, há quilômetros de distância do show,do bairro e de mim.
Terminada a música, fui caminhando e já me sentia satisfeita. Peguei o rumo de casa, e de repente me dei conta de que esta ouvindo Hey Jude!Falei 'vambora,Faruk,eu quero ouvir!',girei 180° voltando pro lugar de onde acabara de vir e ouvi uns trechos da música-não muitos,porque vários carros malditos e até uma ambulância do SAMU resolveram passar na hora.Mas foi uma emoção enorme ouvir aquele "na na na na na na na", eu nem sei explicar. Talvez por imaginar Gabee e as gaúchas curtindo o show,talvez pelas lembranças do passado...O fato é que com essas duas simples passagens, Paul McCartney conseguiu me emocionar.
Como eu já mencionei,não gosto dos Beatles. Mas eles são daqueles artistas que transcendem o fato de se gostar ou não. Você simplesmente não pode passar indiferente à sua presença.Como eu pude comprovar.
Paul McCartney ecoando pelas ruas do Engenho de Dentro e eu passeando com o cão. Não parece ter algo errado nesta frase?Rsrs. Mas não tem.
Ah,quer saber?Foi ÉPICO!
Pronto,falei. E gostei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário